Na cidade de Hong Kong, espremidos entre arranha-céus de milhões de euros, há prédios onde as pessoas vivem, literalmente, em gaiolas. O trabalho do fotógrafo Brian Cassey foi entrar nesse mundo sombrio e desesperado para fotografar uma realidade que todos preferem esconder.
Em 2009, o australiano Cassey tinha descoberto que, numa das cidades mais ricas a nível global - onde existem mais lojas da Louis Vitton do que em Paris - há um submundo de pessoas que se resignava a viver em espaços minúsculos, pouco mais do que jaulas. Determinado a encontrá-las viajou para Hong Kong, onde descobriu uma tarefa bem mais difícil do que estava à espera.
Brian Cassey explica: «O 'povo das gaiolas' vive escondido numa cidade densa, cheia de arranha-céus». Os prédios onde vivem são parecidos com muitos outros, mas escondem uma realidade mais degradante, lá dentro o espaço é aproveitado ao milímetro e as pessoas empilhadas em «casas-jaula bem escondidas atrás de várias portas aparafusadas».
Acima das lojas caras, dos casinos de uma cidade que, em 2010, teve um crescimento real anual de 6,8%, vivem pessoas para quem morar numa jaula está apenas um degrau acima de viver na rua.
De acordo com o australiano, que dispôs de apenas dois dias para fotografar aquele negro segredo, respira-se «um desespero controlado» mas, apesar do clima «extremamente depressivo», aquelas pessoas «são extremamente dignas».
Noticia: SOL
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