
Paramos junto ao mar, o sol estava a pôr-se e deixava-nos
apreciar os seus tons laranja. Segurei-te na mão e fixei o meu olhar em ti. Os
teus olhos cor de canela cruzaram-se com os meus e passado uns segundos sorriste
envergonhada. – Ai o que foi? Tenho a cara suja? Não! – Respondi-te eu. – É no
cabelo? Está sujo? Não, princesa! Então? Porquê que estás a olhar assim para
mim? Olhei por um momento para o mar e depois voltei a olhar para ti. Os teus
olhos, o teu rosto moreno, os teus lábios, o teu cabelo… Tudo era perfeito. Por
fim, respondi-te: Olho assim para ti porque todos os dias me apaixono por ti.
Apaixono-me, pelo teu cabelo longo escuro de cetim, tão macio e brilhante.
Apaixono-me, por essas pestanas que tentas arrebitar com rimel, mas para mim são
perfeitas de qualquer forma. Apaixono-me, por esse teu narizinho arrebitado.
(Ela sorriu). Apaixono-me por esses teus lábios lindos e carnudos que só mos
apetece beijar. Apaixono-me, por essa tua pele morena, lisa, macia e cheirosa
que só me dá vontade de acariciar. E essas tuas covinhas que fazes quando
sorris? – Sim essas mesmo! Apaixono-me cada dia que passa por tudo o que está
dentro de ti. És a miúda mais inteligente que conheci. Pela tua bondade, simplicidade
e manteres-te sempre fiel àquilo que és, aos teus valores, àquilo que
aprendeste. Apaixono-me, por dares sempre a mão ao teu amigo que de ti precisa,
mesmo quando dias antes, a cara de ti desviava. Apaixono-me por te a mim
dedicares. Apaixono-me, por quando me ferem, ferida te sentes. Obrigado por
cuidares de mim e me teres transformado no homem mais feliz a caminhar à face
da terra! Amo—te. Hoje e sempre! Amo-te em todas as línguas, em todas as
culturas e em todos os lugares. As covinhas não saíram do teu rosto, mas a elas
juntaram-se algumas lágrimas. Abraças-te a mim e eu e tu, sabemos que é para a
vida toda.