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domingo, 21 de outubro de 2012

Quem pirateia música é também quem mais a compra

"Os maiores piratas de música são também os que que mais gastam em discos e temas gravados". A conclusão, ainda que provisória, é do fórum The American Assembly, entidade ligada à Universidade de Columbia, nos EUA, e tem como base um inquérito realizado em 2011 no âmbito de um outro estudo, mas que acabou por resultar num segundo relatório, denominado "Copy Culture in the US and Germany".

Tal como o nome indica, as conclusões referem-se aos utilizadores dos EUA e da Alemanha, sugerindo que nestes dois países, "se a métrica usada é a dos gastos absolutos, os utilizadores de serviços P2P valorizam mais a música do que os utilizadores que não usam este tipo de serviços".

O estudo indica que as coleções de temas são maiores entre os utilizadores jovens, com os norte-americanos entre os 18 e 29 anos a guardar uma média de 1.000 temas, enquanto os alemães dentro da mesma faixa etária guardam, em média, 300 temas.

Em oposição surgem os utilizadores com idade à volta dos 64 anos que, de acordo com o mesmo documento, guardam uma média de 100 músicas, situação comum em ambos os países.



Olhando para o quadro que acompanha o estudo "Copy Culture in the US and Germany", a The American Assembly conclui que são os jovens que têm maior propensão a criar coleções de músicas sem pagar por elas. Essas coleções são criadas com base em temas "ripados" de CDs, partilhados com os colegas ou através de transferências ilegais.

No entanto, o mesmo gráfico revela também que são os utilizadores dos serviços de partilha P2P que mais gastam na compra de música de forma legal - cerca de 30% mais do que os utilizadores que não recorrem a redes P2P.

Por outro lado, os dados indicam que a prática de partilha de músicas com amigos e familiares - através de processos de ripping e da cópia local de ficheiros - é quase tão representativa como os downloads ilegais.

Uma das soluções apontadas pelo estudo é a aposta em modelos de comercialização de música na Cloud, como o recém-anunciado Xbox Music: "grande parte das inovações no setor da música nos últimos anos tem sido concretizada através de um esforço para satisfazer a procura universal por serviços de streaming pagos" refere o relatório da The American Assembly.

Esta entidade chama a atenção para o facto de 29% dos utilizadores inquiridos com menos de 30 anos ouvirem a maioria da sua música através de serviços de streaming.