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segunda-feira, 25 de junho de 2012

Espanha reduz caudal do Rio Tejo

A pior seca dos últimos 100 anos em Espanha levou o Ministério espanhol do Ambiente a declarar o estado de emergência, o que implica a redução do caudal do rio Tejo que chega a Portugal. 

De acordo com o jornal "El País", centenas de peixes apareceram mortos na última semana na região de Toledo. A descrição feita no jornal é de uma imagem deprimente.

A seca e a contaminação das águas são as razões apontadas para a mortandade.

O Governo espanhol deve ainda aprovar em breve, segundo o “El País”, um novo transvase do Tejo para o rio Segura, o que deve reduzir ainda mais a quantidade de água que atravessa a fronteira para Portugal.

O Tejo recebe parte das águas residuais de Madrid, que, em teoria, já deveriam estar limpas, mas as associações ambientalistas dizem que isso nem sempre acontece.

O Ministério espanhol do Ambiente garante que a água cumpre os critérios de qualidade.

Quercus duvida que limites tenham sido cumpridos até agora
A retenção de água do outro lado da fronteira está prevista na convenção entre os dois países, mas a ambientalista Carla Graça, da Quercus, tem dúvidas de que Espanha esteja a cumprir as regras e os impactos já são evidentes.

“Já temos situações bastante frequentes, mesmo sem esta invocação de situação de emergência. Até temos algumas dúvidas de que, por um lado, os caudais estejam sempre a ser cumpridos, pois temos situações muito claras de açoramento do rio, por exemplo, na zona de Santarém e na fronteira. Quando há pouco caudal, há proliferações de algas, que fazem aquele tapete verde e isso faz com que haja falta de oxigenação da água e aquela mortandade”, afirma à Renascença.

Carla Graça defende mudanças nas regras da convenção, uma vez que considera o mecanismo de reposição pouco válido.

“Há um mecanismo de excepção que é possível accionar em situações de emergência e terá sido este mecanismo que Espanha vai accionar. Normalmente, em situações de não cumprimento dos caudais mínimos estipulados, Espanha repõe o caudal em falta, em data a acordar pelas duas partes. Consideramos que este não é um mecanismo muito válido, porque a reposição do caudal, na prática, não vem fazer quase nada, pois quando retiramos o caudal, os impactos são imediatos”, explica.

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