A retalhista espanhola Zara aceitou um acordo para encerrar processo por alegada escravatura em fábricas no Brasil.
A retalhista Zara vai pagar 1,8 milhões de dólares para encerrar a investigação por trabalho escravo numa das suas fábricas no Brasil. Para tal, os espanhóis assinaram o TAC (Termo de Ajuste de Conduta) em que se comprometem a combater o trabalho escravo na sua cadeia produtiva no Brasil.
O acordo foi alcançado ontem entre a empresa espanhola e o Ministério Público do Trabalho brasileiro.
O valor da multa, que será revertido em acções de prevenção contra a escravatura, sofreu, no entanto, uma redução de 80% face aos 10,7 milhões de dólares propostos inicialmente pelos procuradores brasileiros.
Para o procurador Luiz Fabre, citado pela imprensa brasileira, “é normal abrir mão de valores tão vultosos”. “A empresa foi coerente. Estamos satisfeitos com o resultado. Se a Zara dizia que tinha responsabilidade social, agora ela está mostrando. Os pontos inconciliáveis foram totalmente alterados”, disse.
Há pouco mais de duas semanas, a primeira audiência entre a empresa e o Ministério Público do Trabalho havia terminado sem acordo.
O caso de escravatura em fábrica da Zara foi denunciado pela televisão brasileira em Agosto, depois de uma inspecção a uma fábrica em São Paulo ter detectado condições de trabalho de "escravatura".
Indícios de trabalho infantil - entre os trabalhadores estava um adolescente de 14 anos -, pagamento de salários inferiores ao mínimo exigido e turnos de 16 horas foram algumas das irregularidades detectadas pela inspecção.
A mão-de-obra era sobretudo boliviana e peruana, sendo que os empregadores descontavam nos salários os custos da viagem para o Brasil e outros gastos, como comida, por exemplo.
Noticia: Económico
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