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quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Tempo para abrandar a emissões de CO2 esgota-se em 5 anos

Com base nos resultados de uma nova análise, a Agência Internacional de Energia afirma que se se continuar a construir infraestruturas para a produção de energia com elevadas emissões como está previsto, em 2015 já se terá gasto 90% do “orçamento” de emissões para atingir os 450 ppm concentração de CO2 na atmosfera, limite para conter o aumento de temperatura a 2ºC, com consequências que, em 2017, serão irreversíveis.

A Agência Internacional de Energia apresentou recentemente os resultados do seu mais recente estudo sobre as infra-estruturas industriais e a energia a nível global, cujas conclusões são alarmantes.

Segundo a autoridade mundial de Energia o tempo para evitar o pior cenário no que toca às Alterações Climáticas está a esgotar-se. Com efeito, o relatório conclui que se se continuar a construir grandes infraestruturas de produção de energia com elevadas emissões, bem como fábricas com elevados consumos energéticos e edifícios pouco eficientes, dentro de 5 anos não será mais possível combater as Alterações Climáticas.


Isto porque, a quantidade de CO2 na atmosfera já atingiu os 390 ppm – em 2010 as emissões bateram recordes ao crescer 1,6 gigatoneladas em relação a 2009, totalizando 30,6 gigatoneladas.

Sendo o limite para conter o aumento de temperatura a 2ºC de 450 ppm, os autores do relatório calculam que as novas infraestruturas com uma grande pegada de carbono vão fazer com que em 2015 90% do “orçamento” de emissões disponível seja “consumido”, o que faz com que, em 2017 se torne impossível reverter os efeitos do excesso de carbono na atmosfera.

Fatih Birol, economista coordenador da Agência Internacional de Energia adverte “Se não alterarmos agora o rumo no que diz respeito ao uso da energia, acabaremos por ultrapassar o que os cientistas consideram ser o mínimo [de segurança]. A porta fechar-se-á para sempre”.

Para o evitar é necessário agir já, o que implica um novo acordo internacional que substitua o Protocolo de Quioto, cuja vigência termina em 2012.

No fim deste mês haverá uma nova ronda de negociações no que toca às Alterações Climáticas, mas o diário britânico Guardian prevê que não terá resultados práticos uma vez que países como o Reino Unido, a Rússia e o Japão querem adiar o Acordo até 2018 ou 2020.

Outro factor que dificultará a redução das emissões é o abandono da energia nuclear - Fatih Birol considera que o fim da geração de energia nuclear intensificará a produção de energia através de processos com uma grande pegada de carbono numa quantidade equivalente às actuais emissões da Alemanha e França juntas.


texto: sapo

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